quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

DECEPCIONADO, PADRE JULIO LANCELOTTI ROMPE COM HADDAD


Publicado em 11 de jan de 2016

Símbolo da Pastoral do Povo de Rua, em São Paulo, o padre Júlio Lancellotti se diz decepcionado com a gestão do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, na assistência social e admite até votar contra sua reeleição.

PAPAI E MAMÃE HADDAD DEVEM ESTAR ORGULHOSOS


Matéria publicada no Blog do PPS – 10 de dezembro de 2015

O Caso do filho de Haddad envolve ética na política
Papai Fernando Haddad e mamãe Ana Estela Haddad devem estar orgulhosos do primogênito Frederico Haddad.
O filhão acaba de ser aprovado na 1ª fase do concurso público da Prefeitura de São Paulo e tem tudo para fazer carreira na Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão.
O primeiro passo é o cargo de Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental (APPGG), um dos vagões do trem da alegria criado pela caneta do pai-prefeito.
Veja que coincidência: além de Frederico Haddad, foram aprovados no mesmo concurso André Correia Tredezini e Alexandre Rebelo Ferreira, que em janeiro deste ano também apareceram juntos em matérias da Folha de S. Paulo e da Veja São Paulo. O motivo? A revelação de que os amigos do filho de Haddad estavam nomeados no gabinete do prefeito. Fala sério: são ou não são garotos de ouro, prendados, esforçados e brindados pela sorte?
A remuneração inicial será de R$ 9.619,14 para uma jornada de trabalho de 40 horas semanais, além de outros benefícios (vale-refeição, auxílio transporte e auxílio alimentação). Estes cargos fazem parte do pacotão criado pelo prefeito Haddad sob o argumento de reforçar o combate à corrupção na Prefeitura, pela Controladoria Geral do Município. Para o cargo de auditor municipal, o salário inicial é de R$ 13.900, podendo chegar a R$ 21.405 ao longo da carreira. Nada mal para esses jovens estudiosos que entram na Prefeitura por concurso público.
um salto e tanto para Frederico, Alexandre e André, que há 11 meses viraram notícia por ocuparem cargos de assessores no gabinete do prefeito Fernando Haddad, recebendo salário líquido de R$ 3.300 e atuando, segundo explicaram, em "agendas ligadas à cultura, direitos humanos e igualdade racial". A Prefeitura negou, à época, que os jovens tinham sido nomeados por relações de amizade. Foi por mérito, é claro!

Formados em direito na USP, os amigos atuaram juntos também em atos da Juventude do PT e das campanhas eleitorais de Dilma Roussef à Presidência e de Alexandre Padilha ao Governo do Estado. Bem se vê que o petismo compensa.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

O GOVERNO DO MUNDO




Por: Antonio Carlos De Souza Meirelles (*)

Estamos presenciando hoje entre nós, brasileiros, um ardiloso processo de condicionamento de massa, que é alimentado por um aparato de engenharia social, engendrado por vertentes que não são de domínio público, cuja escalada ganha dimensões geopolíticas preocupantes, comprometendo até mesmo a soberania nacional. E o Brasil é o país do ocidente onde tais investidas ganham dimensões continentais, por se tratar de uma nação que comporta grandes riquezas naturais, com imensa costa oceânica, além de uma das maiores reservas minerais do planeta, e a mais portentosa biodiversidade. Sem contar a água doce, precioso líquido de importância estratégica. Tais riquezas despertam a ganancia do Governo Mundial. Encantado pela ‘magia’ da psicologia diversionista, o povo brasileiro nada faz em defesa de seu rico patrimônio, hoje dilapidado pelos detentores das altas finanças globais, sem que não haja uma mínima manifestação de repúdio ou de resistência. Porque, enquanto o povo se distrai com o circo montado para desviar-lhe a atenção, por agentes cooptados dentro da sociedade nacional, a soberania do país é aviltada, agredida, naquilo que a sociedade tem de mais sagrado: a consciência nacional. Temos hoje as fronteiras do país totalmente vulneráveis, principalmente ao tráfico de drogas, uma doença social que ceifa vidas e destrói a família, além de perturbar a ordem. Pior, com as forças armadas enfraquecidas, sem armas e contingente para defender a nação. Porque o processo de defesa de nossas riquezas começa no berço, pela educação de nossos filhos e filhas, com denodo e amor à Pátria, tendo no exército o sustentáculo desses valores. Quantas nações podem ser vistas no mundo, cujos povos zelam pela herança herdada de seus antepassados?
Neurociência a serviço do GM
Laboratórios de engenharia social estão a serviço dos usurpadores de nossa soberania, territorial, cultural, política, moral e psicológica, incluindo também as lides universitárias e a mídia (principalmente). Como pode ser exemplificado na figura do maior centro mundial de lavagem de cérebros em massa do planeta, de nome Instituto Tavistock de Londres (entidade que teve em Freud, um dos mentores), com sede na Inglaterra. Sua função é quebrar a força psicológica do indivíduo e torna-lo indefeso das imposições do Governo Mundial. Técnicas para desarticular a unidade familiar, minar a identidade nacional (o patriotismo) e o comportamento sexual, são aplicadas pelos cientistas de Tavistock, como armas de controle mental da população. O instituto tem sido globalmente ativo, tendo em suas mãos exatamente os movimentos sociais, ideológicos  e político/governamentais de importância em grande parte do mundo, nos últimos 50 anos. De uma simples clínica psiquiátrica, nos final do século 19, o Instituto Tavistock de Relações Humanas de Londres passou a controlar as mentes de milhões de pessoas a serviço do GM.
 Neurociência a serviço do GM
   Este modelo de comandos comportamentais psicologicamente controlados, pode ser melhor compreendido pelo trabalho de cientistas do laboratório de neurociência do Instituto, com ‘cobaias’ humanas em tribos africanas, que resultou em genocídios controlados pelos interesses dos governantes, com ampla participação da França, inspirada no psiquiatra, escritor e intelectual Frantz Fanon (1925 – 1961).Teórico da ‘violência purgante’ para despertar a autoestima dos selvagens, Fanon em suas teses dizia que a violência é uma “força limpa que libera o nativo do seu complexo de inferioridade, retira-lhe o medo e lhe devolve a autoestima”. Fanon se graduou em Medicina na Universidade de Lyon, na França, onde estudou filosofia existencialista, em particular de Martin Heidegger, Fiedrich Nietzsche e Jean-Paul Sartre. Sartre escreveu a introdução da obra mais famosa de Fanon: ‘Os condenados da Terra’. Por intermédio dos círculos acadêmicos franceses, Fanon foi atraído para o projeto de etnologia da inteligência britânica, do qual Sartre foi o maior expoente. Fanon foi recrutado como membro da divisão de guerra psicológica do Instituto Tavistok. Ele foi encarregado de sintetizar os novos “paradigmas culturais” da chamada “Nova Era”, que se iniciaram com a contracultura dos anos 60. Dentre tantos outros programas, destacam-se o movimento hyppie, a ecologia, o feminismo, o aborto, o movimento gay,a liberação da droga, o ambientalismo e o indigenismo. Neste caso, vemos sua presença nos movimentos indígenas no Brasil, com amplom aparato de apoio de entidades não-governamentais. As famigeradas Ongs, um dos principais subprodutos dos laboratórios do Instituto Tavistock. Foram estas redes anglo-francesas que transformaram Fanon em celebridade mundial. O ‘modelo’ tribal africano foi importado para o Brasil pelo pedagogo Paulo Freire, que viveu exilado na França e que viria a ser nomeado assessor especial do Departamento de Educação do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), pelo qual trabalhou até os seus últimos anos. O CIMI enviou Freire à África, para trabalhar com vários movimentos insurgentes, nos anos 1970, lembrando que justamente nessa década recrudesceu ainda mais os conflitos genocidas naquele continente. Na época, ele esteve na Universidade Dar-es-Salaan, na Tanzânia. A introdução à coleção de ensaios publicada na universidade, em 1971 – na qual figura um horripilante ensaio do genocida Museveni, exaltando a ‘sangria revolucionária’ – elogia Freire por ter ‘enriquecido a teoria de Fanon e produzido inovações’. Segundo o texto, “há poderosos argumentos em prol de uma nova guerrilha, armada somente com técnicas de ensino e aprendizagem, expostas por pedagogos como Freire”. Tais referências e a semelhança entre a obra de Fanon e a ‘Pedagogia do oprimido’ de Freire, escrita antes de 1970, explica o fato de esta última ter sido convertida numa espécie de bíblia por vários grupos insurgentes no Brasil, inclusive o MST.

(*) Jornalista

sábado, 16 de janeiro de 2016

NOTAS DE UMA CÚMPLICE - PENSE! MEDITE! CONCLUA!

Notas de uma cúmplice

Swetlana  Alexievich

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja

Abaixo uma dolorosa reflexão da jornalista russa Swetlana Alexievich, em 1991, após Boris Yeltsin enterrar o PCUS e a União Soviética e ressuscitar a Rússia
Despedimo-nos dos tempos soviéticos. Dessa nossa vida. Tentarei escutar honestamente todos os participantes do drama socialista
O comunismo tinha um plano louco — transformar o homem "antigo", o vetusto Adão. E isso foi conseguido; foi talvez a única coisa que se conseguiu. Em pouco mais de setenta anos, no laboratório do marxismo-leninismo criou-se um tipo humano especial — o Homo Sovieticus. Há quem considere que esse é um personagem trágico; outros chamam-no de sovok¹.
Eu acho que conheço esse homem, que o conheço muito bem, estou ao lado dele, vivi muitos anos ombro a ombro com ele. Ele sou eu. São os meus conhecidos, os meus amigos, os meus progenitores. Durante alguns anos viajei por toda a anterior União Soviética, porque o Homo Sovieticus não são apenas os Russos, são também os Bielorrussos, os Turcomanos, os Ucranianos, os Cazaques... Agora vivemos em Estados distintos, falamos línguas diferentes, mas somos inconfundíveis.
Imediatamente reconhecíveis! Todos nós, gente do socialismo, somos parecidos com as outras pessoas e diferentes delas — temos o nosso dicionário, a nossa compreensão do bem e do mal, dos heróis e dos mártires. Temos uma relação especial com a morte. Nas histórias que eu escrevo, há palavras que ferem constantemente o ouvido:"disparar", "fuzilar", "liquidar", "pôr em circulação" ou variantes soviéticas de "desaparecimento" como: "detenção", "dez anos sem direito de correspondência", "emigração". Quanto pode valer uma vida humana, se nos lembramos de que ainda há pouco morreram milhões? Estamos cheios de ódio e de preconceitos. Tudo vem de lá, de onde havia o GULAG² e a guerra medonha. Coletivização, deskulakização, deslocação das populações.
Isto era o socialismo e era simplesmente a nossa vida. Nesse tempo pouco falávamos dela. Mas agora, que o mundo mudou irrevogavelmente, essa nossa vida tornou-se interessante para todos —não importa como ela fosse, era a nossa vida. Escrevo, procuro nos grãozinhos, nas migalhas da história do socialismo "doméstico" "interior". A maneira como ele vivia na alma humana. Atrai-me sempre esse pequeno espaço — a pessoa, uma pessoa. Na verdade, é aí que tudo acontece.
Porque é que há no livro tantos relatos de suicídios, e não dos soviéticos comuns, com biografias soviéticas comuns? Afinal de contas as pessoas também se suicidam por amor, por velhice, sem mais nem menos, por interesse, pelo desejo de descobrir o segredo da morte... Procurei aqueles em quem cresceu firmemente a idéia, que a interiorizaram de um modo impossível de erradicar — o Estado tornou-se o seu cosmos, substituiu tudo, até a sua própria vida. Não conseguiam sair da grande história, despedir-se dela, ser felizes de outro modo. Mergulhar... Perder-se na existência privada, como acontece atualmente, em que o pequeno se tornou grande.
O homem quer apenas viver, sem uma grande idéia. Isso nunca aconteceu na vida russa, nem a literatura russa conhece isso. Em geral nós somos gente guerreira. Ou combatíamos, ou preparávamo-nos para a guerra. Nunca vivemos de outro modo. Daí a psicologia militar. E mesmo na vida de paz tudo acontecia de um modo militar. Soava o tambor, soltavam-se as bandeiras o coração saltava do peito, o homem não notava a sua escravidão, até gostava dela.
Também eu me lembro: depois da escola, toda a classe se reunia para ir para as terras virgens, desprezávamos aqueles que se recusavam, lamentávamos até às lágrimas que a revolução, a guerra civil — tudo acontecesse sem a nossa participação. Olhamos para trás: será possível que fôssemos nós? Que fosse eu? E recordei tudo isso juntamente com os meus heróis. Um deles disse: "Só o homem soviético pode compreender o homem soviético". Éramos pessoas que só tínhamos memória comunista. Vizinhos pela memória.
O meu pai recordava que pessoalmente passou a acreditar no comunismo depois do vôo de Gagárin. Somos os primeiros! Podemos fazer tudo! Era assim que ele e a minha mãe nos educavam. Eu fui outubrista³, usava o emblema com o menino de cabelos frisados, fui pioneira,komsomolka. A desilusão veio mais tarde.
Depois da perestroika esperávamos que abrissem os arquivos. Abriram-os. Ficamos sabendo a história que escondiam de nós.
"Devemos atrair para nós noventa ou cem milhões que povoam a Rússia Soviética. Com os restantes não devemos falar — é preciso , exterminá-los" (Zinóviev, 1918).
"Enforcar (sem falta, enforcar, para que o povo veja) não menos de mil kulaks presos, que enriquecem, e tirar-lhe todos os cereais, designar reféns... De tal modo que a cem quilômetros em redor o povo veja e trema" (Lênin, 1918).
"Moscou está literalmente a morrer de fome" (professor Kuznetsov para Trotski). "Isso não é fome. Quando Tito ocupou Jerusalém, as mães judias comiam os seus filhos. Quando eu forçar as vossas mães a comerem os seus filhos, então pode vir ter comigo e dizer: 'Temos fome'" (Trotski, 1919).
As pessoas liam os jornais e as revistas e calavam-se. Sobre elas caiu um horror insuportável! Como viver com isto? Muitos receberam a verdade como uma inimiga. E a liberdade também. "Não conhecemos o nosso país. Não sabemos em que pensa a maioria das pessoas, vemo-las, encontramo-las todos os dias, mas não sabemos em que pensam, nem o que querem.
Mas temos a ousadia de lhes ensinar. Depressa saberemos tudo, e ficaremos horrorizados", dizia um conhecido meu, com quem muitas vezes me sentava a conversar na minha cozinha. Eu discutia com ele. Isto acontecia em 1991... Tempo feliz! Acreditávamos que no dia seguinte, literalmente amanhã, começaria a liberdade. Começaria do nada, dos nossos desejos.
Dos Cadernos de Apontamentos de Chalámov: "Participei de uma grande batalha perdida por uma verdadeira atualização da vida". Isto foi escrito por um homem que passou 17 anos de detenção nos campos stalinistas.
A nostalgia do ideal manteve-se... Eu dividiria as pessoas soviéticas em quatro gerações: stalinista, khruschovista, brejnevista e gorbatchovista. Pessoalmente, pertenço à última. Para nós era mais fácil aceitar o colapso da idéia comunista, porque não vivemos no tempo em que a idéia era jovem, forte, sem a perdida magia do romantismo fatal e das esperanças utópicas. Crescemos no tempo dos velhos do Kremlin. Nos magros tempos vegetarianos. O grande sangue do comunismo já estava esquecido. O entusiasmo continuava os seus desmandos, mas conservava-se o conhecimento de que não era possível aplicar a utopia na vida.
Isto aconteceu durante a Primeira Guerra da Chechênia... Conheci em Moscou, numa estação de caminho de ferro, uma mulher que era das proximidades de Tambov e estava de partida para a Chechênia, com o objetivo de tirar o filho da guerra: "Não quero que ele morra. Não quero que ele mate." O Estado já não dominava a alma dela. Era uma pessoa livre. Eram poucas as pessoas assim. A maioria eram aqueles a quem a liberdade irritava: "Comprei quatro jornais e cada um deles tem a sua verdade. Onde está então a verdade? Dantes líamos de manhã o jornal Pravda e sabíamos tudo. Compreendíamos tudo." As idéias saíam lentamente de sob a narcose. Se eu iniciava uma conversa acerca do arrependimento, ouvia em resposta:
"De que devo eu arrepender-me?" Cada qual se considerava vítima, mas não participante. Um dizia: "Eu também estive preso." O segundo dizia: "Eu combati." E um terceiro: "Levantei a minha cidade das ruínas, acartava tijolos dia e noite". Isto era completamente inesperado: todos bêbados de liberdade, mas não preparados para a liberdade. E onde estava ela, a liberdade? Só na cozinha, onde por hábito continuavam a criticar o Poder. Criticavam Yeltsin e Gorbatchov. Yeltsin porque traíra a Rússia. E Gorbatchov? Gorbatchov porque traíra tudo. Todo o Século 20. E agora, o nosso país será igual aos outros. Será como todos. Pensavam que desta vez se conseguiria. A Rússia mudara e odiava-se a si mesma por ter mudado. "O Mongol imóvel", escreveu Marx acerca da Rússia.
Civilização soviética... Apresso-me a registrar os seus vestígios. As caras conhecidas. Interrogo não acerca do socialismo, mas acerca do amor, do ciúme, da infância, da velhice. Sobre a música, as danças, os penteados. Sobre os mil pormenores da vida que desaparecia. Este é o único meio de dirigir a catástrofe para o quadro do habitual e tentar contar alguma coisa. Adivinhar alguma coisa. Não paro de me espantar com a maneira como a vida humana comum é interessante. Com a interminável quantidade das verdades humanas.  A história interessa-se apenas pelos fatos, e as emoções ficam fora de bordo. Não é costume admití-las na história. Mas eu olho para o mundo com os olhos de uma humanista e não de uma historiadora. Fico surpreendida com a pessoa...
O meu pai já não é deste mundo. E eu não posso terminar uma das nossas conversas... Dizia que morrer na guerra era mais fácil para ele do que para os rapazes que agora morrem na Chechênia. Nos anos 1940, iam de um inferno para outro inferno. Antes da guerra, o meu pai estudou em Minsk, no Instituto de Jornalismo. Lembrava-se de que quando voltavam das férias, muitas vezes já não encontravam um único professor conhecido, estavam todos presos. Eles não compreendiam o que se passava, mas era horrível. Horrível, como na guerra.
Tive poucas conversas francas com o meu pai. Ele tinha pena de mim. E eu, tinha pena dele? Tenho dificuldade em responder a esta pergunta... Éramos implacáveis com os nossos pais. Parecia-nos que a liberdade era uma coisa muito simples. Passou algum tempo, e nós próprios nos curvamos sob o peso dela, porque ninguém nos ensinou a liberdade. Ensinaram-nos apenas como morrer pela liberdade.
Ei-la, a liberdade! É como a esperávamos? Estávamos prontos para morrer pelos nossos ideais, para combater na batalha. Mas começou uma vida  . Sem história. Ruíram todos os valores, menos o valor da vida. Da vida em geral. Novos sonhos: construir uma casa, comprar um bom carro, plantar uma groselheira... A liberdade revelou-se a reabilitação da pequena burguesia, habitualmente maltratada na vida russa. Liberdade de Sua Majestade o Consumo. Majestade das trevas. Trevas dos desejos, dos instintos — da vida humana oculta, da qual fazíamos uma idéia aproximada.
A toda a história sobrevivemos, mas não vivemos. E agora a experiência militar já não era necessária, era preciso esquecê-la. Milhares de novas emoções, estados, reações De súbito tudo em redor como que se tornou diferente: as tabuletas, as coisas, o dinheiro, a bandeira E até o próprio homem. Tornou-se mais colorido, solto, explodiram o monólito, e a vida espalhou-se em ilhas, átomos, células. Como em Dalh: liberdade-vontade, liberdadezinha ampla vastidão.
O grande mal tornou-se uma lenda distante, um romance de suspense político. Já ninguém falava de idéias, falavam de créditos, de juros, de letras, não ganhavam dinheiro a trabalhar, mas "faziam-no" em "jogadas". Seria por muito tempo? "A mentira do dinheiro na alma russa impoluta", escreveu Marina Tsvetáeva. Mas parece que os heróis de Ostrovski e de Saltikov-Schedrin ganharam vida e se passeiam pelas nossas ruas.
A todas as pessoas com quem me encontrei, perguntava: "O que é a liberdade?" Pais e filhos respondiam de modos diferentes. Aqueles que nasceram na URSS e os que já não nasceram na URSS têm experiências distintas. São pessoas de planetas diferentes.
Os pais: a liberdade é a ausência de medo; três dias em agosto, quando vencemos o golpe; uma pessoa que escolhe numa loja entre cem variedades de salame é mais livre do que a pessoa que escolhe entre dez variedades; não ser espancado, mas nunca chegaremos às gerações não espancadas; o homem russo não compreende a liberdade, precisa do cossaco e do látego.
Os filhos: a liberdade é o amor; a liberdade interior, um valor absoluto; quando não temos medo dos nossos desejos; ter muito dinheiro, e nesse caso teremos tudo; quando se pode viver de tal maneira que não se pensa na liberdade. A liberdade é o normal.
Procuro uma linguagem. O homem tem muitas linguagens: a linguagem que usa com os filhos, e mais uma, a do amor Há ainda a linguagem a que recorremos quando falamos conosco esmos, quando travamos diálogos interiores. Na rua, no trabalho, nas viagens — por todo o lado se ouve qualquer coisa diferente, mudam não apenas as palavras, mas qualquer coisa mais. Uma pessoa até de manhã e à tarde fala de modos diferentes. E aquilo que acontece durante a noite entre duas pessoas desaparece por completo da história. Tratamos apenas da história do homem diurno. O suicídio é um tema noturno, a pessoa encontra-se no limite da existência e da não existência. Do sono. Quero entender isto com a precisão da pessoa diurna.
Disseram-me: "Não tem medo de que isso lhe agrade?"
Seguimos pela estrada de Smolensk. Paramos numa aldeia ao lado de uma loja. Uns conhecidos (eu própria cresci nesta aldeia), uns rostos bonitos, bondosos, e em redor uma vida humilhante, pobre. Conversamos acerca da vida. "Pergunta-me sobre a liberdade? Entre na nossa loja: vodca, há toda a que se queira: Standart, Gorbatchov Putinka, salame à farta, e queijo, e peixe. Até há bananas. De que outra liberdade precisa? Esta para nós é suficiente." "E deram-lhes terra?" "Quem é que vai mourejar nela? Se a queres, toma-a. Aqui só o Vaska Krutoi aceitou. O filho mais novo tem oito anos e anda atrás do arado ao lado do pai. Se fores trabalhar para ele, não penses em juntar algum dinheiro, ele nem dorme. É um fascista!"
Na "Lenda do Grande Inquisidor" de Dostoiévski há uma discussão sobre a liberdade. Diz-se que o caminho da liberdade é difícil, sofrido, trágico "Para que conhecer esse diabo desse bem e desse mal, se isso custa tanto?" O homem tem sempre que escolher: a liberdade ou o bem-estar e a organização da sua vida, a liberdade com sofrimento ou a felicidade sem liberdade. E a maioria das pessoas segue por esse segundo caminho.
O Grande Inquisidor diz a Cristo, que voltou à Terra:
"Porque vieste cá incomodar-nos? Porque tu vieste incomodar-nos e sabes isso muito bem"
"Ao respeitá-lo [ao homem], tu procedeste como se tivesses deixado de sentir compaixão por ele, porque exigiste demasiado dele Ao respeitá-lo menos, exigias-lhe menos, e isso estaria mais perto do amor, pois o fardo dele seria mais leve. Ele é fraco e vil Que culpa tem a alma fraca, se é incapaz de juntar em si tão terríveis dons?"

"Não há preocupação mais constante e torturante para o homem do que, ao ficar livre, procurar depressa alguém diante de quem se inclinar a quem transmitir depressa o dom da liberdade com que esse ser infeliz nasce"
Nos anos 1990 sim, éramos felizes, e essa nossa ingenuidade já nunca mais volta. Parecia-nos que a escolha estava feita, que o comunismo tinha perdido sem apelo. Mas tudo estava apenas a começar
Passaram-se vinte anos... "Não nos assustem com o socialismo", dizem os filhos aos pais.
De uma conversa com um professor universitário meu conhecido:
"No final dos anos noventa os estudantes riam-se quando eu recordava a União Soviética; estavam confiantes de que à sua frente se abria um novo futuro. Agora o quadro é diferente Os estudantes de hoje já descobriram, já sentiram o que é o capitalismo — a desigualdade, a pobreza, a riqueza descarada, têm diante dos olhos a vida dos pais para quem nada restou do país saqueado. Sonham com a sua revolução. Usam camisolas vermelhas com retratos de Lênin e de 'Che' Guevara."
Cresceu na sociedade o interesse pela União Soviética. Pelo culto de Stálin. Metade dos jovens dos 19 aos 30 anos consideram Stálin "o maior dirigente político". Num país em que Stálin liquidou tantas pessoas como Hitler, um novo culto de Stálin?! Tudo o que é soviético está outra vez na moda. Por exemplo, os cafés "soviéticos" — com nomes soviéticos e pratos soviéticos. Surgiram os bombons "soviéticos" e o salame "soviético" — com o cheiro e o sabor nossos conhecidos desde a infância. E, é claro, a vodca "soviética".
Na televisão há dezenas de transmissões e na Internet dezenas de sites nostálgicos "soviéticos". Podem fazer-se visitas turísticas aos campos stalinistas — em Solovka, em Magadan. O anúncio promete que para mais completa sensação fornecem um fato do campo e uma picareta. Mostram os barracões restaurados. E no final organizam uma pescaria.
Renascem ideias antiquadas: sobre o Grande Império, sobre a "mão de ferro", "sobre a via russa especial" Reapareceu o hino soviético, há o Komsomol, mas chama-se simplesmente "Nachi" (os "Nossos"), há o partido do Poder, que copia o Partido Comunista. O presidente tem um poder como o do secretário-geral. Absoluto. Em vez do marxismo-leninismo, a religião ortodoxa.
Antes da revolução de 1917, Aleksandr Grin escreveu: "E o futuro parece ter deixado de estar no seu lugar." Passaram cem anos, e de novo o futuro não está no seu lugar. Chegou um tempo em segunda mão. A barricada é um lugar perigoso para um artista. Uma armadilha. Ali estraga-se a vista, obscurece a íris, o mundo perde a cor. Na barricada, o mundo é preto e branco. Dali já não se distingue o homem, vê-se apenas um ponto negro — um alvo. Passei toda a vida nas barricadas e queria sair delas. Aprender a alegrar-me com a vida. Recuperar a visão normal. Mas dezenas de milhares de pessoas saem de novo para as ruas. Dão-se as mãos, trazem fitas brancas nos blusões, símbolo do renascimento. Há cor. E eu estou com elas.
Encontrei nas ruas jovens com a foice e o martelo e o retrato de Lênin nas camisolas. Saberão eles o que é o comunismo?
1 ¹Designação depreciativa do regime soviético e de tudo o que com ele se relaciona. (N. do T.)
2 Ou simplesmente Gulag. Acrónimo da designação russa: Glavnoe Upravlénie Ispravi- telno-trudovikh Laguerei (Direção Central dos Campos de Trabalho Correcional). 3 Outubrista: primeira forma de organização das crianças, que a seguir entravam para os pioneiros e mais tarde para o Komsomol, a juventude comunista.

Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

domingo, 10 de janeiro de 2016

INTERVENÇÃO OU IMPEDIMENTO?



Por Alexandre Montenegro

No vídeo abaixo, postado no youtube desde 2011, está a quinta parte de um estudo histórico, feito por militares, empresários e profissionais liberais de cada estado brasileiro, reunidos no Foro do Brasil, movimento de resistência anti comunista, coordenado pela UND – União Nacionalista Democrática, organização liderada pelo Dr. Antonio José Ribas Paiva.
A UND também levou carros de som e filiados aos milhares, apoiando as mega manifestações contra o PT e o Foro de São Paulo, focando na solução de uma intervenção constitucional cívico militar para evitar a violência que aterroriza os brasileiros a cada avanço do governo do crime organizado que assalta cada brasileiro e coloca a nação como refém de interesses da revolução internacional. Também liderou a presença de grupos acampados diante dos quartéis e nos gramados da Esplanada dos Ministérios além de outras ações no campo jurídico e na relação com comandantes militares. Estes patriotas foram rotulados pela mídia oficial de Intervencionistas
Avançando pelos mesmos caminhos que “levam a Roma”, isto é, instrumentar intelectualmente, informar objetivamente e preparar a nação para a construção de um estado democrático de direito, em que o poder seja a Lei que fundamenta a justiça igual para todos. Uma pátria onde a liberdade e a livre iniciativa fundamentem a exploração das riquezas naturais, onde o sistema de governo contemple prioritariamente as pessoas e onde os governantes sejam escolhidos livremente em cada bairro, em cada município, em cada capital, entre oa mais sábios, os de vida ética e moral indiscutível, conservadores e de mente aberta para lidar com os problemas internacionais respeitando nossa cultura, nossas tradições e tudo no roteiro de um planejamento de longo prazo, factível, envolvendo e dignificando o trabalho dos brasileiros os integrantes do Foro do Brasil avançam em paralelo aos filiados do Movimento Federalista.
Avançar para o sistema de governo que afaste da vida política os aventureiros. Avançar para a construção de um sistema de instrução que respeite a educação dos filhos pelos pais e ensine sobre matemáticas, ciências – química, física, biologia – preparando os jovens em alto nível competitivo e intelectual para levar adiante as tarefas várias de construção a longo prazo, criando para realizar mais, melhor e diferente, com acesso livre ao saber,sem a interferência de mentes cativas de ideologias proscritas e satânicas, que tanto afligem a humanidade.
Ontem, dia 9 de Janeiro, tive o privilégio de interagir com pessoas que buscam conhecer e participar da construção do Federalismo, que já tem um esboço de Constituição mínima elaborado e aberto para as sugestões de todos os brasileiros. Afinal, esta participação dará a fórmula exata, final do que todos queremos para o Brasil,diferente do que têm ditado os oligarcas que representam famílias vindas dos feudos de cada região do país. Os mesmos que como congressistas nestes últimos 30 anos, só contribuíram para tornar real o enterro de todas as esperanças dos brasileiros, que estão conhecendo as agruras dos currais mentais do marxismo.
Estou aplaudindo iniciativas de organização séria, organização estável, organização fiel aos objetivos de uma Pátria livre e soberana. E visito, aplaudo e compartilho com todos os que se manifestam – da maneira como cada um pode e entende – para curar a própria ignorância e superar o ambiente sujo, deprimente e vergonhoso dos drogados de mente lavada, que trabalham a troco de pão e mortadela para servir como inocentes úteis à nova ordem mundial, conduzindo as nações para as guerras, enfermidades, miséria, fome e morte massiva.
Os que enfrentam noites frias diante dos quartéis, compreendem, alguns por experiência vivida, o que significa enfrentar a violência dos comunistas. Os que acamparam em Brasilia e se mobilizaram para exigir que os congressistas se manifestassem pelo impedimento do governo de incompetentes vermelhos e seus auxiliares corruptos, em sua grande maioria já reconhecem que o caminho mais curto para despertar do pesadelo, seria mesmo a intervenção cívico militar, como manda a Constituição. Os impedimentos estão na interpretação enviesada da Lei, redigida para confundir e perpetuar no poder o bando criminoso.
A maioria absoluta dos brasileiros aplaudiria a deposição por via legal dos incompetentes, afastando da cena a perpetuação do terrorismo que afeta todos os lares. A maioria absoluta dos brasileiros também aplaudiria o impedimento. Sabemos e esperamos que a solução aconteça com brevidade, antes que “algum aventureiro ou pirata” ocupe o Brasil com uma ditadura sanguinária. Longe dos partidos políticos, o partido do Foro do Brasil e o Partido Federalista que se organiza, fazem parte da utopia que será realidade em breve: o movimento unido do Brasil.
Os dois endereços onde informar-se para participar ativamente, contribuindo, filiando-se e divulgando verdades, movimentando-se na organização de um Brasil verde e amarelo, sem foice e sem martelo: http://undbrasil.org e http://www.movimentofederalista.org.br/

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INTERVENÇÃO OU IMPEDIMENTO?


sábado, 9 de janeiro de 2016

PREVISÕES PARA 2016



Por Alexandre Montenegro
Depois de exaustivas consultas aos astros, tarô, pitonisas, numerologia, cabala, pai de santo, borra de café…E outras fontes de vidência, algumas inconfessáveis, cheguei a algumas conclusões inconclusivas e politicamente incorretas. Um piá com quem me relaciono espiritualmente, bateu o martelo sobre os rumos da economia, enviando por email suas diabólicas constatações. Diz o Piá:
“Não sei como os ‘economistas brasileiros’ não fizeram as previsões catastróficas para 2016! (Imagino que nem viram a fala do Augusto Nardes). Os ‘astros’ indicam que o Brasil vai conhecer o colapso econômico total a partir de Março de 2016! (Isto é: o resultado das políticas da mulher sapiens, das políticas do PT e partidos comunistas, das políticas do Foro de São Paulo. O doce fel do humanismo da ONU e da nova ordem mundial).
Trocando em miúdos: já temos quase um terço de trabalhadores brasileiros desempregados e é possivel que o ritmo das demissões continue. Os alimentos vão escassear e os preços de alguns dos ítens alcançarão níveis altíssimos! O transporte de víveres vai conhecer dificuldades maiores e custos impraticáveis, exorbitantes. O mesmo vai acontecer com o fornecimento de energia elétrica. O “povão” ja deve fazer um estoque de velas enquanto sobrem alguns caraminguás. Banho quente e passar ferro em roupa, nem pensar.
A partir de Março de 2016, o mar vai negar o peixe e nenhum vento (político) vai ajudar os passarinhos na gaiola, nem os que estão voando de árvore em árvore ou pelos pastos do Senhor. A bola de cristal mostrou ao Piá que o “bom senso, a matemática, a informação não divulgada e o conhecimento histórico, contribuem para estas visões catastróficas e que no mundo civilizado já existe um consenso sobre o previsível desastre econômico brasileiro.”
As previsões da revista “THE ECONOMIST”, que em portugués politicamente incorreto se traduz como “O ECCOMUNISTA’, ja indicaram: “Brazil’s fall” (Tradução: “O Brasil vai se ferrar”) Disaster looms for Latin America’s biggest economy (Tradução: “O desastre é um gigante enlameado pisando sobre a maior economia da América Latrina) At the start of 2016 Brazil should be in an exuberant mood. (Tradução: “No começo de 2016 o Brasil será uma piadona, ou uma exuberante piada”) E a revista diz mais que: o Rio de Janeiro vai abrigar os jogos olímpicos em Agosto dando aos brasileiros a oportunidade de fazer o que fazem melhor, uma festa realmente espetacular. E o país enfrentando um espetacular desastre político e econômico”.
O diacho é que a revista faz mangação da gente falando verdades que a maioria dos brasileiros parece não enxergar, por falta de informação ou redução de Q.I. resultante de três décadas de desconstrução cultural, comunismo agressivo, escolas ensinando ideologia marxista, preconceitos, divisão de classes, mariconagem, uso de drogas… Enquanto os decretos e leis do governo comunista que submete os três poderes, arrasam com as reservas morais e econômicas, com as reservas minerais, botânicas e com a saúde e segurança dos que habitam neste pedaço de terra belo e incrivelmente rico.
O rombo, a desgraceira causada pelas políticas dos comunistas é escondida do povo. Já anunciam, além dos trilhões de grana roubada, desviada, escondida em contas privadas da elite vermelha no poder, os gastos com uma espetacular festa de passagem de ano, o próximo carnaval, as ´próximas olimpiadas sem que se saiba onde foram parar os milhões para a limpeza do esgôto que é a baía de Guanabara, onde serão disputadas provas náuticas de vela: um mar de plásticos, mijo e merda!
A ponta do iceberg já foi revelada pela operação Lava Jato. O “iminente calote” no pagamento das aposentadorias dos funcionários públicos… Os ajustes salariais do que foi retido durante o ano (chamam de décimo terceiro salário a devolução tardia do que deixaram de pagar o ano inteiro, enganando os trabalhadores) vai, segundo dizem, ser pago para muitos em 3 parcelas. É terrível o que se auncia para 2016. Os meus santos protetores me deram alguns conselhos:
1 – Raspe todo o tostão que tenha nos bancos, principalmente nos bancos estatais.
2 – Comece a praticar as técnicas do “sobrevencialismo”. Se não souber o que é isto, informe-se, correndo! Deixe a preguiça de lado e meta a mão na massa!
3 – Participe de todas as manifestações, manifeste-se em toda parte: mercado, fila, ônibus, metrô, elevador, na rua, na escola, no trabalho… Informe-se e vá informando. Se houver eleições trabalhe para que o pt, pc do b, psol, rede, raiz, verdes… Vejam que não merecem respeito, nem um voto das maquininhas.
Vou ficando por aqui. Voltarei ao assunto. Meu abraço mais comovido e fraterno. Estaremos juntos em 2016 e enquanto haja vida, trabalhando por um Brasil democrático, onde o direito e a justiça funcionem de fato.

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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

SINISTRO CURRÍCULO


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Ives Gandra

Quando elaborei meu parecer sobre a improbidade administrativa no governo Dilma, em 26 de janeiro, entendi haver fundamentos para o impeachment por culpa grave. A lei dos crimes contra a responsabilidade administrativa admite a culpa como crime (omissão), assim como há decisões do STJ (Superior Tribunal de Justiça) nessa linha.
Concluí o documento, todavia, dizendo que o julgamento na Câmara e no Senado, se aberto o processo, seria exclusivamente político.
No referido parecer, comentei que, no regime de governo da "responsabilidade a prazo incerto", que é o parlamentarismo, todas as falhas detectadas já teriam permitido o afastamento da presidente sem traumas, pelo voto de desconfiança, e a eleição de um novo condutor, indicado pelo Parlamento.
No regime de "irresponsabilidade a prazo certo", que é o presidencialismo, só o traumático processo de impeachment leva à destituição do primeiro mandatário.
Não há dúvida de que todos os ingredientes do julgamento político estão presentes no curso do pedido de impeachment.
Não cuidarei, neste artigo, dos argumentos jurídicos –violação ao artigo 3º, inciso 3, da Lei do Impeachment (nº 1.079/50) e ao artigo 11 da lei dos crimes contra a probidade da administração (nº 8.429/92)– nem das "pedaladas" violentadoras da Lei de Responsabilidade Fiscal, ou seja, culpa nas primeiras e dolo na segunda. Servem apenas para embasar o julgamento político.
Para este artigo é de se lembrar que a presidente foi alertada por técnicos do Tesouro Nacional de que as "pedaladas" maculariam o diploma legislativo, podendo tirar do Brasil o grau de investimento das agências de "rating", o que, efetivamente, aconteceu. Outros elementos econômicos e políticos foram, também, deletérios e corrosivos.
O governo congelou preços, prejudicando a Petrobras e as produtoras de energia elétrica e etanol, o que terminou por gerar, em 2015, inflação reprimida pela técnica de controle de preços, que desde o Código de Hamurabi, há 3.800 anos, não é bem sucedida. Diocleciano, em 301, no Império Romano, e os planos Cruzado, Bresser e Primavera também fracassaram nisso.
A presidente mentiu, quando da campanha, ao afirmar que as finanças públicas estavam bem, em momento em que já se encontravam corroídas por péssima administração e por empréstimos ilegais junto a bancos oficiais.
O governo gerou uma inflação de dois dígitos. Viu o país rebaixado de grau de investimento para grau especulativo, perdendo os investimentos dos fundos de pensão dos países desenvolvidos. Fez o PIB recuar em 3%, com perspectivas de recuos ainda maiores neste ano.
Cortou o Fies, deixando uma legião de alunos universitários sem financiamento. Elevou os juros para 14,25% (taxa Selic), com o que passou, o governo, a pagar em torno de R$ 500 bilhões por ano para rolar a dívida. Nem por isto segurou a brutal desvalorização do real.
O governo perdeu o diálogo com o Congresso, com empresários, com estudantes e com o povo. Foi desventrada, no seio dele, a maior rede de corrupção de nossa história.
São esses os fatos que serão analisados pelo Congresso, para saber se um governo com tal sinistro currículo pode continuar a dirigir o Brasil por mais três anos.
O Congresso, como caixa de ressonância dos 140 milhões de eleitores brasileiros, deverá decidir, sem desconhecer os fundamentos jurídicos, mas exclusivamente pelo prisma político, se a presidente Dilma poderá continuar a conduzir o governo com a pior performance econômica entre os países americanos, excetuando-se a Venezuela, deste desastrado aprendiz de ditador que é Nicolás Maduro.

Ives Gandra da Silva Martins, Advogado, é professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra.

sábado, 2 de janeiro de 2016

CVM PREPARA MAIS UMA PIZZA, COM MEDO DA SEC?



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net




O que pode estar por trás da decisão da Comissão de Valores Mobiliários em abrir processo administrativo contra membros do Conselho de Administração da Petrobras acusados de terem endossado o plano de negócios da companhia para 2014/2018? Por que a CVM resolveu, agora, criar caso contra os poderosos Guido Mantega, Miriam Belchior, Luciano Coutinho, Márcio Zimmermann, Sergio Quintella e Jorge Gerdau?
A resposta elementar é: duas jogadas. Primeiro, passar a imagem internacional de que está cumprindo seu dever de ofício - evitando futuras dores de cabeça com a Securities and Exchange Commission, a fiscal do mercado de ações norte-americano. Segundo, programar mais um caso que terminará com aquela punição de araque, para impedir ou enfraquecer futuras ações judiciais.
A malandragem técnica consiste em "condenar" os conselheiros, em termos de ajustamento de conduta, a pagarem multas (que serão pagas por alguma seguradora). Com tal punição, prometendo nunca mais repetir a falha, eles ficam "perdoados". Em tese, ganham um "perdão" antecipado em eventuais processos judiciais movidos por investidores.
Na Edição de 5 de novembro de 2015, o Alerta Total antecipou que a CVM brasileira seria alvo de ações de investidores na SEC dos EUA. A CVM será denunciada na SEC por vários "pecados capitais". O principal deles serão as falhas de omissão ou inação nas fiscalizações de empresas economia mista (vulgo: estatais), por ignorar reclamações documentadas por investidores, inclusive em assembleias de acionistas.
Os denunciantes pretendem usar uma decisão da própria CVM no Processo Administrativo Sancionador 11/2012, para comprovar que a autarquia nunca responsabiliza a União por evidente abuso de poder de controle. Tal inação lança a suspeita de influência política na decisão, já que os conselheiros da CVM são nomeados pelo Ministério da Fazenda (da própria União).
A CVM também será denunciada na SEC pelo crime de excesso de exação, típico de servidor público, que atua e autua de forma abusiva um cidadão investigado ou multado. Investidores reclamam que a CVM tem agido sem imparcialidade e isenção previstas na Lei 9.784/99 - que regula o processo administrativo no âmbito da administração pública federal (regra tão elementar que costuma ser tema frequente de provas de concursos públicos).
Investidores apresentarão à SEC norte-americana uma prova concreta de que a CVM brasileira não afronta o governo. Ocorreu em abril de 2014. Acionista controladora da Eletrobras, a União fez uma indecorosa proposta à Comissão de Valores Mobiliários para compensar a condenação em um processo sancionador que gerou alto prejuízo ao setor elétrico. Como "compensação", ou talvez como piada, a penalidade estipulada foi o obrigar o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, a proferir palestra em um evento para educar o mercado de capitais contra práticas de conflito de interesses.
Releia a postagem original: Investidores internacionais vão denunciar à SEC dos EUA lista de "pecados capitais" da CVM brasileira
No mercado, a aposta alta é que a CVM (autarquia do Ministério da Fazenda) botou no forninho mais uma pizza. O medinho da SEC falou mais alto? Tudo indica que sim. No entanto, fica evidente a gritante manobra para salvar a pele dos conselheiros, facilitando a vida dos bem pagos advogados deles nas futuras ações judiciais movidas aqui no Brasil e lá fora.
Também fica no ar uma perguntinha idiota: por que Dilma Rousseff, que foi "presidente" do Conselho da Petrobras na época em que ocorreram os principais crimes denunciados na Operação Lava Jato, nunca foi responsabilizada pela CVM?
Quem conseguir responder direitinho ganha, da SEC (em parceria com a Academia de Hollywood) um Oscar de Efeitos Especiais...

Enquanto isso, Dilma segue pedalando... Uns 12 Km por dia em uma bicicleta de verdade... E muitos bilhões de reais em "bicicletadas fiscais" ou afins...