MORMO A DOENÇA
Esclarece os veterinários especialistas “o Mormo é uma doença
infecciosa grave, transmissível, causada
pela bactéria Burkholderia mallei, que acomete animais muares, cavalos,
cães, gatos e caprinos. Pode atacar o homem no qual o índice de
letalidade é 95 %.”Acentuou o doutor Vicente que:“a transmissão acontece pelo
contato com secreções da pele e secreções respiratórias dos animais infectados.
A infecção ocorre por ingestão de água
ou alimentos contaminados pelas secreções, podendo também ocorrer pela penetração
da bactéria em ferimentos de pele e
mucosas.”
Explicou a doutora Sabrina, veterinária especialista da
Secretaria da Agricutura do Estado de São Paulo; “”em decorrência da gravidade
da doença, prevendo-se evitar sua transmissão, o deslocamento e transporte
de animais (cavalos, éguas, mulas
e asnos) está condicionado à apresentação de
atestado sanitário. O exame
negativo para mormo é fundamental junto
a Guia de Trânsito de Animais (GTA).
FORMAS CLINICAS DO MORMO
“As formas clínicas mais comuns são: os nódulos inflamatórios que podem ser nasal, pulmonar e cutâneos. No curso da doença
existe a forma aguda e a crônica. Tanto a forma pulmonar como a nasal tendem a ser agudas
enquanto a cutânea tem uma evolução crônica. Existe ainda a forma latente, de
incubação, na qual os animais são portadores assintomáticos. Segundo a Organização Mundial de Saúde existe um período de incubação para
a doença que varia de alguns dias a seis
meses”, esclareceram os especialistas.
Entre os animais os asininos são mais susceptíveis, seguidos
pelos muares. Os equinos, possuem maior
resistência, manifestando mais comumente a forma crônica da doença.
SINAIS CLÍNICOS DO
MORMO
“A forma nasal inicia com febre alta, perda de apetite,
dificuldade respiratória e tosse. Nódulos e úlceras aparecem dentro das narinas, resultando em corrimento nasal
purulento, podendo tornar-se
sanguinolento. Pode também ser observada secreção ocular purulenta.
Na forma pulmonar os nódulos ocorrem nos pulmões e os sinais
clínicos são: febre, dificuldade de
respirar, tosse e debilitação progressiva.
Na forma cutânea, ocorre a formação de nódulos ao longo da
cadeia linfática que podem ulcerar liberando secreção purulenta. Inicialmente, também podem ser
observados: febre, dificuldade de respirar e tosse.
PREVENÇÃO E CONTROLE
Não existem vacinas e
tratamento para mormo. O animal positivado para esta moléstia é
obrigatoriamente sacrificado.
A prevenção e controle do mormo dependem de um programa
para
rápida detecção e eliminação dos animais positivados, com o enterro ou incineração da carcaça, em conjunto com a restrição da movimentação animal, limpeza e desinfecção das instalações, equipamentos e utensílios e a eliminação de materiais contaminados, como cama, alimentos, feno, entre outros, que devem ser queimados ou enterrados.”
rápida detecção e eliminação dos animais positivados, com o enterro ou incineração da carcaça, em conjunto com a restrição da movimentação animal, limpeza e desinfecção das instalações, equipamentos e utensílios e a eliminação de materiais contaminados, como cama, alimentos, feno, entre outros, que devem ser queimados ou enterrados.”
MORMO NO HOMEM
“O homem infecta-se pelo contato com animais doentes e contaminados.
A transmissão ocorre por meio de pequenas feridas na pele, podendo também ocorrer por ingestão
ou inalação. Os sintomas são semelhantes ao que foi colocado para animais. A
mortalidade em casos agudos da doença em humanos, quando não tratados, é de
95%, e pode ocorrer em três semanas.”
HISTÓRICO EM SÃO PAULO
“O estado de São Paulo tem registro de notificação de
ocorrência de mormo datada da década de 1960. Depois em 2008, foi diagnosticado um cavalo no município de Santo André-SP. Na ocasião, a
Defesa Agropecuária, sacrificou o animal e examinou todos os animais que
tiveram contato com ele. Nenhum suspeito foi encontrado. A legislação sanitária
estadual passou então a exigir o exame negativo de mormo, para o trânsito. Mais de 50.000 animais foram submetidos ao
diagnóstico, não sendo detectado nenhum outro positivo.”
Em abril de 2013 a
doença reapareceu , no município de
Araçariguama-SP. Este animal teve, como no caso de Santo André-SP, ligação com
animais vindos de Pernambuco. Na propriedade estiveram, por cerca de cinco
meses, dois animais provenientes de lá. Durante o rastreamento epidemiológico,
verificou-se que os dois animais foram enviados para uma propriedade em
Jundiaí-SP, onde também estão sendo aplicadas as medidas sanitárias preconizadas.”
“A partir desse episódio, a legislação foi alterada e
passou-se a exigir novamente o exame negativo para o mormo, para trânsito de animais, no estado. Apareceram casos suspeitos nos
municípios de Cruzália, Itapetininga e Avaré. Porem, em nenhum dos casos
suspeitos foi comprovado a doença. Todos
os locais foram interditados e foi proibida a movimentação de cavalos, os quais
deveriam ser submetidos a duas provas confirmatórias de positividade, com intervalo de 45 dias. Se ambas forem negativas, o animal é considerado livre
da doença.”
A PORTARIA FEDERAL
“Em 30 de abril de 2013, o Ministério de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), publicou a Instrução Normativa (IN) nº 14, que
alterou a anterior de 2004.Não mais exige as duas provas confirmatórias da
maleína, em animais que apresentassem reação positiva na prova para o mormo. Ficou estabelecido que uma
única prova de maleína, com resultado negativo, é suficiente para ter um
resultado negativo conclusivo.”
“O estado de São
Paulo, por sua Coordenadoria de Defesa Agropecuária, da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento, acatou a decisão e liberou os mais de 1500 animais
que se encontravam concentrados no recinto de Exposições de Avaré-SP.
Para isso, a Secretaria, publicou no dia 1º de maio de 2013,
a Resolução SAA- nº 31, de 30 de abril de 2013, alterando a anterior (nº 19, de
16 de abril de 2013), desobrigando, a
realização de duas provas. A Coordenadoria de Defesa Agropecuária, preocupada
com a sanidade do rebanho equídeo paulista e a saúde pública (o mormo
constitui-se em enfermidade grave quando infecta os humanos), baixará portaria
nos próximos dias, disciplinando as próximas medidas de prevenção. Deverão ser
constituídas por um rigoroso monitoramento, incluindo vistorias e inspeções em
todos os animais de propriedades em que ingressarem animais provenientes de
locais onde surgiram e/ou surgirem animais suspeitos ou positivos conclusivos.
Este procedimento está previsto para iniciar-se a partir de meados do mês de
maio de 2013, com frequência quinzenal e perdurar por, no mínimo, 90 dias.”
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