Edição do Alerta Total
– www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão -
serrao@alertatotal.net
Usando recursos obtidos
em superfaturamentos e comissões desviadas na contabilidade de obras públicas,
empregados e laranjas de empreiteiras foram usados para pagar as multas
milionárias no processo da famosa Ação Penal 470. O principal beneficiado foi
José Dirceu de Oliveira e Silva. A mesma jogada favoreceu José Genoíno e
Delúbio Soares - todos felizes por terem ganho o benefício de passar o natal em
"prisão domiciliar" com a família. Eis a suspeita da elite de investigadores
da Lava Jato.
Peritos contábeis a
serviço da Lava Jato, analisando registros de pagamentos feitos por
empreiteiras, apuram, também, como o esquema estaria remunerando, por debaixo
dos panos, um ilustre reeducando que até agora amarga cadeia, em silêncio
obsequioso: Marcos Valério Fernandes de Souza. A Lava Jato esparge merda no
Mensalão - aquele caso que, diante dos novos escândalos, merecia julgamento em
tribunais de pequenas causas.
Os indícios aumentaram
com a revelação do contrato assinado entre a empreiteira Camargo Corrêa e o
reeducando José Dirceu de Oliveira e Silva, assinado em 21 de fevereiro de
2010, para prestação de consultoria na “integração dos países da América do
Sul” e análise de aspectos sociológicos e políticos do Brasil. Os comprovantes
apreendidos pela Polícia Federal, que devem parar nos autos de processos da
Lava Jato, mostram que a JD Assessoria recebeu R$ 886,5 mil. Marcado como
sigiloso, o acordo previa o pagamento de R$ 75 mil por mês.
O nome de Dirceu
aparece, por enquanto indiretamente, na Lava Jato. Dirceu foi o padrinho de
Renato Duque na diretoria de Engenharia e Serviços da Petrobras. Pedro Barusco,
gerente da área e braço-direito de Duque, em sua delação premiada, pode ter
comprometido Dirceu. Paulo Roberto Costa, em sua "colaboração",
revelou que a área de Duque comandava a arrecadação de 2% a 3% de propina na
área de Serviços. Na de Abastecimento, comandada por Costa, a comissão era de
2%.
No mesmo endereço em
que apreendeu o contrato com Dirceu, a Polícia Federal apreendeu contratos
assinados entre a Camargo Corrêa e outras empresas de consultoria. Entre elas,
estão a Treviso, de R$ 18 milhões, e a Piemonte, de R$ 6,1 milhões. As duas
empresas pertencem a Júlio Gerin Camargo, outro delator premiado que contou ao
Ministério Público Federal que vários contratos foram assinados apenas para
justificar a saída de dinheiro dos consórcios que prestavam serviços à
Petrobras. O dinheiro destinado aos políticos do PP eram depositados em contas
controladas pelo doleiro Alberto Youssef, no Brasil, em Hong Kong e na China.
A Lava Jato se
aproxima, perigosamente, do núcleo duro do poder petista...
Lula é o alvo
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