Edição do Alerta
Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão -
serrao@alertatotal.net
Quem eram os
principais beneficiários de uma conta na Suíça chamada de "Pelego"
pelos corruptos da Lava Jato? Eis um dos mistérios que o Ministério Público e a
Polícia Federal precisam desvendar, a partir de novas informações que surgem a
cada "colaboração premiada" nos processos da Lava Jato. A coisa pode
ficar mais grave se o "Pelego" for um codinome do verdadeiro chefão
da complexa organização criminosa que faz a lavagem dos recursos públicos
desviados em obras e serviços superfaturados.
Na sociologia
política brasileira, o termo pelego designa aquele que é o homem de confiança
do governo infiltrado nos sindicatos, em geral como um traidor dos
trabalhadores. Na República Sindicalista do Brasil, sob corrupto regime
capimunista, muitos pelegos estão enriquecendo e amealhando cada vez mais
poder. A listagem de políticos ladrões virá à tona assim que o Procurador-Geral
da República e o Supremo Tribunal Federal resolverem atacar o núcleo com
direito ao absurdo foro privilegiado no Petrolão.
Nem se chegou ainda
no escândalo do Eletrolão, e já se confirma que Petrolão faz o Mensalão parecer
um assalto ao cofrinho de um órfão de pai, mãe a parteira. As
"colaborações premiadas" da Lava Jato já têm provas de que parte da
propina em negócios com a Petrobras foi "esquentada" em doações
legais de campanha ao Partido dos Trabalhadores. Assim torna-se concreta a
suspeita de que a campanha serviu para lavagem de capitais. Se isto for
provado, só na base de muita sacanagem e impunidade o PT conseguirá permanecer
presidindo o Brasil. A tese do impeachment ganha força no prostituído Congresso
que referendou o golpe fiscal de Dilma Rousseff.
A tal conta
"Pelego" foi revelada em depoimento prestado à Polícia Federal, no
dia 31 de outubro, por Julio Camargo, executivo da Toyo Setal. Camargo revelou
que as operações eram registradas em planilhas. Ressalvou, no entanto, que tais
provas foram destruídas quando a Operação Lava Jato começou, em março. Camargo
relatou que movimentou US$ 73 milhões em contas na Suíça, no Uruguai e nos
Estados Unidos, entre os anos de 2005 e 2012. Deste total, assegurou que US$ 35
milhões foram destinados a Renato Duque - diretor de Engenharia e Serviços da
Petrobras.
A delação premiada de
Augusto Ribeiro Mendonça Neto, que representou várias empresas desde a década
de 90, entre elas a Setal Engenharia, depois transformada em Toyo Setal,
confirmou a relação de Duque com o PT. Mendonça Neto garantiu que parte da
propina cobrada por Duque foi paga na forma de doação oficial ao Partido dos
Trabalhadores. Mendonça confidenciou que entregava a grana, em dinheiro vivo, a
um emissário de Duque conhecido como "Tigrão", descrito como um homem
em torno de 40 anos, moreno, com altura entre 1m70 e 1m80 e "meio
gordinho". O executivo afirmou que Tigrão agiu como emissário de Duque na
maioria das vezes, mas que o dinheiro era retirado em seu escritório também por
outros homens, também conhecidos por apelidos esquisitos, como “Melância” e
“Eucalipto”.
Mendonça assegurou
que uma outra forma de pagar a propina ocorria com os depósitos em contas no
exterior, indicadas por Duque e pelo ex-gerente executivo Pedro Barusco Filho -
que fez um acordo para devolver R$ 97 milhões. Já Júlio Camargo complementou
que os ex-diretores da Petrobras marcavam encontros na sede da Petrobras
durante o expediente e, lá, eles acertaram o “fluxo de pagamentos” de propinas.
Também contou que a maioria dos encontros para definir negociatas acontecia em
restaurantes da cidade, como o Gero, em Ipanema; o Margutta, em Ipanema, o
Alcaparra, no Flamengo; e o Esch Café, no Leblon, bistrô especializado em
charutos cubanos.
Júlio Camargo
descreveu que os valores das propinas se dividiam da seguinte forma: 1% do
valor do contrato para a Diretoria de Engenharia e Serviços e 1% para a de
Abastecimento, comandada por Paulo Roberto Costa. Em caso de acerto, uma
planilha detalhada era criada para o controle de Duque. Nela, constava o nome
do projeto, o valor da propina acertada, o cronograma previsto, os pagamentos efetuados
e o saldo a pagar. Os repasses a Paulo Roberto eram feitos através do doleiro
Alberto Yousseff que indicava contas em Hong Kong e em bancos chineses para
depositar as quantias que equivaliam a 1% dos valor dos contratos firmado.
Camargo explicou que
utilizava de empresas de consultorias para oficializar os repasses das
empreiteiras das comissões firmadas com os dois ex-diretores da Petrobras. O
empresário montou três empresas - Treviso, Piemonte e Auguri - para receber “as
comissões”. Os consórcios vencedores das obras depositavam as propinas em
contas no banco uruguaio Interbotom e nos suiços Dredit Suisse e Banque Cramer.
Julio Camargo também confirmou o pagamento de propina em espécies a Barusco e
pessoas indicados por Duque e a Youssef, a pedido de Paulo Roberto Costa.
Enfim, na Lava Jato
está quase tudo revelado. Só falta agora a delação premiada de Fernando Baiano
- a mais temida pela turma do PMDB. Tudo ficará mais complicado quando se
juntar os esquemas da Lava Jato com o já desvendado no caso Delta - a
empreiteira líder do PAC de Dilma, comandada por Fernando Cavendish,
relacionado também ao bicheiro Carlinhos Cachoeira, também ligadíssimo ao PMDB.
O PMDB tenta algo
impossível. Sua cúpula, comandada pelo vice-Presidente da República Michel Temer,
procura se preservar para uma eventual queda de Dilma Rousseff... Paulo Roberto
Costa já complicou a Presidenta... O ex-diretor de Abastecimento da estatal
confirmou o e-mail que enviou à então ministra chefe da Casa Civil de Lula da
Silva, em 29 de setembro de 2009, advertindo sobre irregularidades que o
Tribunal de Contas da União identificou em obras da Petrobras. O relato
ratifica que Dilma, e por extensão o então Presidente Lula, sabiam de tudo. O
mago João Vaccari Neto tem muitas explicações a dar...
TUDO LEGAL
Direito de negar
A Andrade Gutierrez,
nova incluída entre as denunciadas pelos delatores premiados da Lava Jato, nega
qualquer participação no esquema de empreiteiras que superfaturavam contratos
para pagar propinas ou fazer doações eleitorais.
A empresa jura que
não fazia parte do clube VIP formado por Camargo Corrêa, UTC, Mendes Junior,
OAS, Odebrecht e outras menos votadas.
POBRE VÍTIMA...
A Odebrecht pretende
entrar na Justiça com cinco ações contra a Petrobras, a fim de reivindicar US$
74 milhões.
Agora, a empresa
cobrará da estatal valores que afirma não ter recebido pelos serviços prestados
no Paraguai, Argentina, Brasil, Estados Unidos, Uruguai e Chile.
O megacontrato, no
valor de US$ 825 milhões, foi fechado em 2010 para a prestação de serviços de
segurança, meio ambiente e saúde.
Mas Graça Foster,
presidente da Petrobras, mandou rever tudo, por evidência de
superfaturamento...
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