Artigo transcrito do Alerta Total –
www.alertatotal.net
Por Rodrigo Constantino
O leitor nunca deve ter ouvido falar em Leidson Acácio Alves
Silva. Mas certamente está cansado de ouvir falar em Amarildo, não é mesmo?
Leidson não desperta a mesma comoção popular, pois não cai nas graças das ONGs
de direitos humanos e dos artistas e "intelectuais" da esquerda
festiva. Mas sua trajetória é nobre, e muito triste:
Depois de vir de Minas Gerais para o Rio com a mãe e os três
irmãos, ainda na infância, um desentendimento familiar levou o então
adolescente a morar nas ruas. Neste período, ele chegou a trabalhar como camelô
e borracheiro. Aos 17 anos, Leidson só tinha cursado até a terceira série do
Ensino Fundamental. Aos 23, apenas seis anos depois, já era cadete da PM. Além
do supletivo que garantiu sua formação, ele também atuou como motorista de
reboques na Operação Lei Seca prestando serviços para uma empresa privada.
Sua infância, infelizmente, não é exceção nas
"comunidades" que alguns artistas gostam de enaltecer. Famílias
desestruturadas, crianças abandonadas, adolescentes nas ruas, falta de ícones
decentes para se espelhar. Mas Leidson não escolheu o caminho mais fácil. Não
partiu para o crime, o tráfico de drogas, nada disso.
Ao contrário: quis batalhar, trabalhar, ser alguém. E aqui,
uma vez mais, a esquerda caviar mostra que vive em uma bolha. Pois quem salvou
Acácio deste rumo perdido foi... uma pastora evangélica de Nova Iguaçu. Sabemos
como os "intelectuais" que "não" têm preconceito algum
nutrem profundo preconceito com os evangélicos. Nessas "comunidades",
entretanto, muitas vezes a alternativa é entre o pastor e o traficante.
Seu sonho era entrar para o BOPE um dia, um sonho louvável,
uma vocação. Esse belo sonho foi interrompido por um tiro na cabeça, disparado
por traficantes durante patrulhamento no Parque Proletário. Acácio era
subcomandante da UPP da Vila Cruzeiro. Sua ascensão profissional, assim como
sua vida, foram abruptamente destroçadas pela covardia de criminosos que
escolheram essa vida nefasta.
Enquanto a vida de Leidson Acácio acabava, junto com seus
sonhos, provavelmente uma parcela não desprezível da "festiva" falava
de Amarildo, entre uma carreirinha de cocaína e outra, ajudando a financiar os
mesmos traficantes que mataram o policial.
Não esperem campanhas de apoio à família do policial, ou
festas com gente famosa para levantar recursos para ONGs de seus companheiros
em nome dos pobres. Esse pessoal costuma aparecer em cena apenas quando é para
difamar a polícia e para defender bandidos.
Os honestos, do lado da lei, de origem muito humilde, mas que
venceram os obstáculos e melhoraram de vida, esses não ajudam na narrativa de
vitimização dos vagabundos que levam o terror a tantos inocentes, inclusive (e
principalmente) aos mais pobres.
Mas saiba, Leidson, que sua morte não foi em vão. E aos seus
familiares e amigos, saibam que seu sofrimento é compartilhado por milhões de
brasileiros, uma maioria silenciosa, que não goza dos holofotes da mídia, com
artistas famosos em campanha para dar destaque, mas que ainda assim lamenta
profundamente a perda, e alimenta uma indignação com a impunidade e com a
deturpação dos valores morais deste país, que trata bandido como vítima da
sociedade e ignora aqueles heróis que combatem esses bandidos.
Rodrigo Constantino é Economista. Originalmente publicado na
Veja em 15 de Março de 2014.
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