METAPOLÍTICA/ Psico politica Aplicada
22/01/2016
Por Alex Montenegro (*)
Um número pequeno de indivíduos utilizam o governo como
instrumento particular, tomando iniciativas que não seriam consentidas pelos
eleitores. Pouco ou nada podemos fazer como cidadãos. Os que nos governam estão
distantes em seus castelos rodeados de fossos onde pululam piranhas e jacarés
amestrados. Rodeados de câmeras e de exércitos. Blindados. Imunes.
Rodeando o fosso,
diversos currais ideológicos com seus líderes, que mobilizam seguidores, ora
para pegar tanajuras como galinhas enlouquecidas, ora para tapar buracos na
cerca que separa o próprio curral das crenças do vizinho, que podem ser mais
atraentes e contaminar pensamentos adestrados com mentiras desde a mais tenra
idade. Todos ávidos para ultrapassar o fosso e ascender aos postos do poder.
Para ilustrar a
metáfora, chega o Coronel Lawrence
Wilkerson, que foi chefe de gabinete de Colin Powell, (secretário de Estado
norte-americano, servindo a George Bush até 2005 e mais tarde entusiasta
apoiador de Obama), chega o Coronel Lawrence, criticando o stablishement,
afirmando que a linha política norte
americana é estabelecida por cerca de 0,001% da população:
–” São os oligarcas que chefiam todos os
processos nos bastidores…
Cerca de 400 pessoas trilionárias, cujas fortunas ultrapassam
a casa dos 15 zeros. Esta distribuição de riqueza no país é indecente,
ofensiva. A desigualdade é enorme.”
E por aqui é diferente? Ou o resultado do trabalho se
concentra cada vez mais nas mãos dos amigos do rei? O abismo que separa os
pobres e desempregados, dos políticos e seus sócios, é cada vez maior. O site
Political Blindspot 49.7 milhões de estadunidenses vivem abaixo da linha da
pobreza e 80% vivem próximos desta linha, acima ou abaixo, dependendo dos
programas assistenciais do governo. Temos algo parecido em menor escala?
No Brasil além dos
quase 10 milhões de desempregados temos a notícia oficial de que 3.7 milhões já
foram rebaixados da “classe B”, para a “C”. Diderot disse que “A natureza não
criou mestres nem escravos” e que não queria ditar leis nem viver sob o jugo
das leis, que hoje no nosso país impedem a gente de exercer direitos
fundamentais, liberdade para trabalhar e criar os filhos sem que o Estado nos
tire compulsoriamente o máximo, deixando-nos “na linha da pobreza” material e
mental.
De notícia em notícia, quem busca verdades sobre a condição
humana encontra governantes ladrões e outros multi milionários, mas quando o
Credit Suisse revela que 1% da população mundial concentra metade de toda a
riqueza do planeta, o queixo cai. Mais ainda quando a gente sabe que tais
fortunas são decorrentes de aplicações em bolsas de valores e lavagem de
dinheiro do comércio de drogas e armas.
Porque, quem trabalha e enfrenta as leis que depenam empresas
produtivas, agrárias ou industriais sediadas em países como o nosso, raramente
chega a tais níveis, exceto quando na condição de ditador como Castro. O fato é
que fica bem difícil justificar a concentração de poder econômico em que uns
poucos controlam a quase totalidade da economia global.
Os que suam para manter esta fábrica de badulaques inúteis,
modismos, comida enlatada e produzida com produtos químicos, os que atuam como
escravos nestes campos, – para alimentar o sistema totalitário desta ideologia mercantilista e seu sistema
financeiro, que subjugam todas as nações ditas “democráticas” ou “socialistas”
ou sei lá o quê – nada ficam sabendo dos acordos além do fosso dos jacarés e
piranhas.
Estamos submetidos a uma natureza demoníaca que parece
inalcançável para o entendimento humano. Um poder que despreza as normas
morais, que ignora a ética e o respeito devido a todas as formas de vida. As
estruturas que conduzem aos estágios superiores de civilização são
sistematicamente destruídas por este poder que massacra o homem de bem. Um
poder que perdura devido à inconsciência mantida pela propaganda e pela
ignorância do consentimento.
(*) Escritor e
Cientista Político, "Latu Sensu".
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