O Tempo
Não sou muito chegado em assuntos
de religião, mas tenho certeza de que os maiores problemas da humanidade provêm
de ações religiosas. Todas as religiões se intrometem em assuntos de Estado, e
aí começam as confusões.
Quem de nós não é praticante de
sua fé? Até eu, que sei das fraquezas humanas, tenho fé para viver uma amizade
antiga com Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, herança da mamãe. Gostava
imensamente do papa João Paulo II e cheguei a ir a Roma para acompanhar seu
sepultamento. Até hoje me emociono com a voz dele. Também admiro João XXIII.
Quanto ao papa Francisco, tenho algum receio de sua popularidade, pelo momento
que a humanidade atravessa. Popularidade é vizinha de vulgaridade. A figura de
pessoas importantes como um papa não pode prescindir de uma certa distância do
mundo leigo. Tem de preservar certos mistérios para ser importante, sem dizer
ou demonstrar que é. O papa Francisco não pode ser chamado de Chico, a não ser
pelos íntimos. Mas o papa não pode ter amigos íntimos… E por que não? Talvez
para não ter decepção, que é sempre fraqueza ou má-fé de amigos.
Disse, no início, que toda
religião é intrometida. Aqui no Brasil existe a CNBB, que “se acha”, tanto que
dá palpite em tudo, e ai do governo que mantiver distância ou que demonstrar
certa indiferença por suas decisões. Foi de lá que saíram os padres comunistas
hoje em atividade, que se dizem revolucionários, confundindo Marta Rocha com
morto roxo.
DÍZIMOS NO CARTÃO
E esses cultos que vendem a
salvação por módicas prestações mensais, hoje pagas até com cartão de crédito?
E canais de televisão – que são concessões do Estado – concedidos e alugados
para seitas que prometem o céu e ameaçam com o fogo do inferno? As cenas de
cura que forjam para depois se vangloriarem do milagre deveriam ser casos de
polícia. É crime, capitulado no Código Penal, essa mercantilização promovida
por alguns cultos religiosos.
Enquanto Edir Macedo constrói o
Templo de Salomão e reside em ilhas paradisíacas no Caribe, o arcebispo de Belo
Horizonte faz campanha para a construção da Catedral da Fé, idealizada para
comportar mais de 100 mil católicos. E o povo precisando de hospitais e
escolas… O melhor templo para nossa contrição é a solidão de nós mesmos.
POR QUE FALAR NISSO?
E por que será que, acostumado a
falar de política e temas conexos, de repente estou me metendo em assunto tão
polêmico? Sei lá… Talvez porque não sou mais político e não penso em votos.
Pensava em falar mal daqueles que, na verdade, são os responsáveis pela
situação a que chegamos. Dizer que tudo começou com a praga da reeleição
articulada pelo vaidoso FHC, invenção que provocou essa corrupção que grassa e
desgraça nosso país, pois só existe ex-Luiz e essa mentirosa Dona Dilma porque
existe reeleição, que agora prometem acabar.
E querem aumentar o número de
vereadores, construir shopping no Congresso, aumentar prazo de mandatos e
outras desgraceiras congêneres. As Escrituras falam em sinais do fim do mundo,
e o aparecimento de falsos profetas é um deles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário