(*) Gen Torres de Melo
Tudo tinha para ser um NATAL maravilhoso. Fiz 92 anos,
em 24 de dezembro. Toda a família com saúde, alegre e feliz. Deus nos ajudou
bastante e dentro da confusão que vive nosso País somos algo diferente. Nossa
preocupação é com o destino do Brasil, pois nossos netos e bisnetos precisam
viver dentro da ordem, da decência e onde o homem seja um homem.
Chorei por sentir que a Constituição não é cumprida e
respeitada pelas mais altas autoridades da República. Ela afirma: “TODOS SÃO
IGUAIS PERANTE ALEI”. Mentira, falsidade.
Chorei pelo que vi num programa de TV em Fortaleza.
Era um noticiário e como na maioria das vezes, casos policiais. Aparece na tela
uma pobre mulher presa por ter sido encontrado em poder dela alguns pacotes de
droga. Gostaria ser um escritor para descrever o sofrimento estampado na sua fisionomia.
Rosto rígido, lábios trancados, olhar perdido, vestido gasto pelo tempo, seios
baixos, mostrando que não tinha sutiã. Fiquei a pensar: presa essa miserável talvez com a droga para vender
para comprar o leite para o neto. Não sei.
Chorei, pois logo depois ouvi que uma empresa nacional
foi pega roubando, pagando propina no mundo inteiro e toda a canalha solta e as
vezes com uma tal tornozeleira, em casa.
Foram bilhões de dólares.
A pobre mulher presa e sem direito nenhum e os grandes
ladrões da República em casa com o DIREITO DE SEGREDO DE JUSTIÇA, bebendo e
rindo do mundo.
Chorei, pois não há igualdade de direitos. Quem é mais
criminoso? A mulher humilde e sofrida e até com fome ou os ladrões da
república? Quem deveria estar preso, a mulher ou os ladrões da Pátria? Quem
deveria ter direito a segredo de justiça: a pobre que não sabe o que é direito
ou os ladrões que sabendo as leis são ladrões da pátria?
Chorei e choro, pois nossa justiça é injusta e quem
diz não sou eu e sim o grande Ruy: “Justiça
tardia nada mais é do que injustiça institucionalizada.” Será primeiro julgado?
A desgraçada ou os ladrões da coisa pública?
Não há dúvida
que a mulher pode até ficar presa sem ser julgada e os ladrões de colarinhos
brancos poderão nunca serem julgados e ainda farão festa de NATAL. MEUS DEUS! PRECISAMOS DE JUSTIÇA. SÓ JUSTIÇA.
GRUPO
GUARARAPES
GEN
TORRES DE MELO (COORDENADOR)
25 DE
DEZEMBRO DE 2016